09/01/97


Parece mas não é?
Chama o Procon!


Um leitor - que não quis se identificar pra não ser vítima de mais gozação - contou à Greia o papel de besta que fez: na semana passada, comprou um pacote de caudas de lagosta num supermercado de Recife, e foi pra casa todo feliz, pensando em degustá-las com uma cervejinha em companhia da esposa. “Foi tão barato, mulher! Quase não acreditei. Tinha camarão também. Cada lapa que só vendo! Mas eu preferi a lagosta, que é muito melhor...”. A mulher, sabida, viu logo que o marido tinha sido engabelado: “Lagosta que nada, abilolado. Isso é surimi! Como você pôde ser tão otário?”

O coitado não teve culpa. Quem manda confiar em embalagem? Não sabe que isso aqui é Brasil? O que tinha lá parecia mesmo uma suculenta cauda de lagosta, mas na verdade era surimi, que é alguma coisa como uma salsicha de peixe em que os fabricantes sacodem essência de caranguejo, lagosta ou camarão. Alguns, mais honestos, vendem como surimi mesmo (e o danado é até gostosinho). Outros, porém, preferem enrolar o consumidor, fabricando a danada da salsicha em forma de camarão ou cauda de lagosta, e ainda estampando bem grande na embalagem: Cauda de lagosta ! Camarão graúdo! Mas não é. E o consumidor faz, mais uma vez, papel de besta. Azar!... Quem manda ser trouxa? Aprende, otário!...

Abu Zadim



A GRÉIA
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