Gréia da Semana
08/12/97
De novo, outra vez, novamente


Nova chiada do Náutico enlouquece a torcida!
(esse povo não se acostumou ainda?)

O Náutico aprontou mais uma, e dessa vez foi longe demais (aliás, de menos). Nunca foi tão fácil, mas o Nauticozinho conseguiu jogar fora a chance de voltar à primeira divisão em 98: na última quinta-feira, dia 4/12, o Náutico perdeu para o América de Minas e deixou a torcida completamente destrambelhada. A Gréia conta agora tudo o que aconteceu naquele dia, e mostra as terríveis conseqüências de mais esta tragédia na mente da torcida alvirrubra.

O trauma foi mesmo muito grande. O time vinha dando goleada em todo mundo, e bastava ganhar de 1x0 do América pra botar um pé na primeirona. A animação da torcida vinha sendo destaque nos jornais e na TV, e o Esporte Espetacular chegou a dizer que a torcida do Náutico era a mais alegrezinha, bonitinha e contentinha da Série B e do Brasil. Mas esses contentinhos não suportaram a frustração da derrota e transformaram-se em vândalos; ficaram doidos de jogar pedra (literalmente). Sacudiram pedras, tijolos, canos - e mais o que estivesse por perto - no gramado, atingindo o coitado do bandeirinha que, pelo menos desta vez, não teve culpa nenhuma. "Já que o time não joga nada, eu jogo. E é pedra mesmo!", tentou justificar um dos ensandecidos torcedores. A PM bem que tentou deter a torcida, mas foi recebida a pedradas e correu. Por duas vezes. Com os olhos esbugalhados, o chefe da torcida gritava: "No campo foi 2x0 pra eles, mas aqui o 2x0 foi pra gente".

A diretoria do Náutico, coitada, ainda levou a culpa: a CBF responsabilizou os dirigentes por não terem limpado os entulhos das obras de ampliação do estádio, que já foi interditado. A Gréia, sempre do lado da verdade, esclarece o que houve: ao final do jogo, os torcedores mais desesperados começaram a chorar e a bater com a cabeça no concreto. Alguns pedaços (de concreto, não de cabeça, já que a dos alvirrubros é bem durinha) foram se soltando, e se espalharam pelo chão. Os que viram aquela cena deprimente ficaram revoltados e saíram jogando tudo dentro de campo. Culpa, portanto, da própria torcida e não dos dirigentes. Já os pedaços de pau encontrados no gramado, estes não foram jogados pelos torcedores. Justiça se faça... aquilo eram lascas das pernas dos "craques" alvirrubros...

Mas os mais atingidos pela alopração geral, ao que parece, foram mesmo os políticos. O deputado Umcerto Costa, do PT, saiu do jogo defendendo a candidatura do pefelista e ex-collorido Enjoadim Francisco para governador em 98. Foi logo expulso pelos companheiros (que não torcem pelo Náutico e ainda conservam um tiquinho de juízo). Enjoadim (que torce pelo Náutico mas diz que não) também embirutou e disse que pra governador vai votar é no velho Arraia. E que está doidinho pra concorrer a uma vaga de senador, na mesma chapa do pigarrento. Por falar em Senado, o alvirrubro Calos Uílson entrou em estado de choque e ao final da partida começou a gritar "Pernambuco Já! Pernambuco Já! Pernambuco Já!". E saiu do estádio direto para um manicômio. Usando uma linda camisa-de-força de cor laranja...


Eu também aloprei: já comprei meu ingresso para o Natal com a Banda Eva e já reservei uma mesa no Reveillon com Claudinho & Buchecha. Sem falar que comprei a coleção completa dos CDs de Netinho, já ouvi todos e estou a-d-o-r-a-n-d-o!

Abu Zadim

Glossário

Chiar - acovardar-se, cagar fino; Nauticozinho - nome que Abu Zadim usa quando quer dizer que o time pelo qual ele torce é um c(*); aloprar - enlouquecer, pirar, perder o juízo; tiquinho - um pouquinho, quantidade muito pequena; Pernambuco Já! - slogan da campanha para governador do ex-prefeito Favas Vasconcelos, que mandou às mesmas os velhos companheiros quando foi comer no mesmo prato do que ele um dia chamou de pefelê...

A GRÉIA
Retorna