01/03/99 O boi do Náutico (Segundo capítulo) |
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Tanto peiticaram, que o boi não foi sacrificado. Foi só a Globo divulgar a história que começaram os telefonemas daqui, os faxes dali e as cartas de acolá. Todo mundo querendo salvar o boi do Náutico. O Fórum Permanente de Proteção Animal, de São Paulo, foi além: mandou logo um fax pro secretário de Segurança Pública de Pernambuco dizendo que o sacrifício era ilegal. E lá foi a Polícia Civil pro terreiro de Pai Edu, salvar a vida do boi... Pai Edu, que não é besta, acatou a determinação da Polícia. Mas reclamou: "Quero ver se essa lei vai valer para todos os terreiros do Brasil!". Teve gente na torcida do Náutico que se arretou: "É só porque o boi é do Náutico. Se fosse do Vasco, queria ver esse povo de São Paulo se meter na história!", disse um. Outro torcedor ficou indignado com o tratamento dispensado ao boi: "Se fosse pra me salvar era uma confusão medonha! Já pra salvar um boi é essa eficiência arretada!". A Gréia tem uma sugestão pra melhorar de vez o clima lá no Náutico: que tal trocar o animal-símbolo do clube? Em vez de timbu, um boi!... |
Tudo começou com um assalto à sede do Náutico, na tarde da sexta-feira, dia 26. Dois sujeitos armados invadiram a sede do clube e foram logo dizendo: "Isto é um assalto!". Foi um corre-corre da bexiga-lixa! Uns, de tanto medo, urinaram-se; outros, mais medrosos, borraram-se todos! Mas dois dirigentes do Náutico, valentes que só eles, atracaram-se com os assaltantes. Naquela confusão toda um dos ladrões botou o cano do revólver bem na cabeça do presidente do Náutico e atirou. Só que - por uma cagada da bexiga - o revólver travou e a bala não saiu. Depois que o susto passou e os gatunos escaparam, todos comentavam a incrível sorte do presidente do Náutico. Ninguém sabia explicar como é que a bala ficou enganchada dentro do revólver. Mas Pai Edu, que recebera o boi no dia anterior, tinha a explicação:"As coisas agora vão mudar para o Náutico. Este foi apenas o primeiro milagre..." Os ladrões conseguiram fugir mas não levaram nem um tostão. Outro milagre? Que nada... milagre mesmo era ter dinheiro lá pelas bandas do Náutico... |
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