DANDO O BOOT
15-02-2001

5 ¼

De vez em quando não bate uma saudade na gente? Saudade de uma música, de um lugar que já não existe ou de uma roupa que a gente adorava usar mas não pode mais porque a máquina de lavar puiu todinha? Pois bem, hoje me deu uma saudade danada daqueles disquetes de 5 ¼.

Tava me lembrando da primeira vez que comprei um: foi em 1984, quando precisei gravar um programa (escrito em Fortran) que tinha feito na Universidade. Eita aperreio da bexiga! Apressado, fui botar o bicho no micro e não acertei. O danado envergou um tiquinho só, mas foi o bastante para não prestar mais. Arretei-me e comprei outro, só que desta vez tive o cuidado de introduzí-lo cuidadosa e vagarosamente no local adequado. Com paciência e carinho, tudo funcionou bem. :)

Quem viu um disquete de 5 ¼ sabe como era chato protegê-lo contra gravações acidentais: a gente tinha que pegar uma etiquetinha — que vinha num papel solto dentro da caixa — e tapar um buraquinho que tinha do lado superior direito (ou seria esquerdo?) do disquete. De vez em quando a peste descolava e era outro aperreio da bexiga; uma vez a miserável caiu lá dentro e a gente teve que chamar um técnico pra abrir o computador e tirá-la de lá. Foi um dia todinho perdido por causa disso. Ô raiva arretada!

Que o disquete de 5 ¼ nos fazia raiva, isso fazia. Ora ele envergava, ora a etiqueta descolava, e além disso só cabiam 360KB (os de 1.2MB chegaram no final dos anos 80). Mas isso não era nada comparado à raiva que o spam e o pagode nos fazem hoje.

Bons tempos aqueles, nera não?... :)

Abu Zadim é editor-geral de A Gréia

P.S.: Lá se vão 90 dias desde que eu solicitei à Telemar a conversão de minhas linhas para DVI. Será que eles vão me atender antes do São João?