DANDO O BOOT
10-08-2000
Genericozinhos

Meu amigo Célio me telefona pra contar a novidade: comprou um computador! Contente que nem pinto no xerém (não era bem xerém que eu ia escrever, mas tudo bem), ele deixava transparecer a alegria que depois se transformaria em decepção.

— Abu, rapaz, comprei um micro!
— E foi? Que arretado! É novo?
— Mais ou menos. Fiquei com o Pentium II de meu irmão, que comprou um Pentium III. Só fiz comprar uma placa de fax/modem, que a Robotics que tinha antes ele levou.
— Irmão legal esse, né não?
— É. Mas eu tô ligando pra te perguntar uma coisa.
— Manda!
— Tá dando problema na conexão. Que é que eu faço?
— Oxente! Aqui? Na Conexão Web?
— Não, rapaz, na conexão do meu computador com a Internet.
— Ah, bom. Que susto! E qual é o problema?
— Num sei. Pelo que entendi, é erro no modem.
— Que erro foi que deu?
— Me lembro não. Só sei que já removi e reinstalei a placa um bocado de vezes e não deu certo.
— E toda vez a placa instalava direitinho?
— Acho que sim. Dava um erro besta lá, mas eu mandava ignorar e pronto.
— Pronto não, né Célio? Por isso que não tá funcionando. Faz o seguinte: procura um driver novo pra tua placa e tenta instalar mais uma vez.
— Mas eu já procurei foi muito e não achei.
— Como não achou? Procura no site do fabricante que lá deve ter.
— Num tem não, tô dizendo. Na placa não vem o nome do fabricante. Ela não tem marca.
— Como não tem?
— Tem não. É genérica.
— Genérica?
— É. Era mais barata e o cara que me vendeu disse que fazia o mesmo efeito das outras.
— E você acreditou.
— Mas claro. Não é assim com remédio? O genérico faz o mesmo efeito e custa menos.
— Ah, Célio, tu num tem jeito não...
— Por quê?
— Genérico só remédio, infeliz!
— E é, é?
É!
— Ah... :(


Abu Zadim é editor-geral de A Gréia e é arretado com essa história de genérico no mundo da Informática