DANDO O BOOT
09-03-2000

Madeeeeeeeeeeeira do Rosarinho!

Tô voltando, de ressaca de coca-cola e contente com tudo o que vi — e ouvi — no carnaval do Recife Antigo: maracatus de baque solto, de baque virado, caboclinhos, muito frevo e nada de cotoveladas — apesar do aperto. Ao contrário das ruas de Olinda, no Recife Antigo não houve espaço pra pagode ou bundaxé, só rolou música pernambucana da boa!

E os shows? Cada um melhor que o outro: Teve a Orquestra de Duda, Claudionor Germano, Antônio Nóbrega e Antúlio Madureira. Quem não foi, não sabe o que perdeu. Foram shows i-n-e-s-q-u-e-c-í-v-e-i-s. O show de Antúlio teve atração pra todos os gostos: quem entrou na cobra achou bom (eu não entrei não, vou logo avisando) e quem viu a bailarina Suênia na coreografia da Ema achou melhor ainda (eu, por exemplo). Já a pequena Safira, mais-que-preciosa, fez a multidão ir à loucura ao fazer o passo junto com Antônio Nóbrega. Não bastasse isso tudo, uma fantástica artista (imperdoável não saber o nome dela) fez malabarismos com sombrinhas de frevo deixando todo mundo de queixo caído.

Foi uma emoção da bexiga-lixa! Uma senhora na minha frente pulava de alegria que nem uma cabrita. Do meu lado direito, o amigo Fábio repetia: "vou chorar, vou chorar"; do lado esquerdo, um desconhecido não ameaçava: chorava mesmo. Eu não chorei não, mas por pouco não acontecia coisa pior: quase me borro todo. Também, quem manda comer sarapatel antes de ir pro carnaval?

Só tenho uma queixa do carnaval desse ano: a quantidade de vezes que cantaram "Madeira que cupim não rói". A música de Capiba é linda, o dueto entre Antônio Nóbrega e Ariano Suassuna foi emocionante, mas cá pra nós... na terça-feira eu já não agüentava mais. Foram no mínimo 537 execuções da música desde a sexta-feira. Na madrugada da quarta, disse a uns amigos que se ouvisse essa música mais uma vez eu pulava no Capibaribe. Pois não é que foi só eu falar pra surgir um bloco do nada cantando "Madeeeeeeeeeeeira do Rosarinho"? Eu bem que corri em direção ao rio, mas fui impedido de pular pelo flanelinha que "tomava conta" de meu carro:

— Só pula quando me pagar os cinco real!


Abu Zadim, editor-geral de A Gréia, esclarece:
O que tem a ver tudo isso com computador? Nada.

(Foi mal aí, Hugo! Dessa vez passa, né?)